As fraudes nas instituições financeiras sempre estiveram presentes na atuação destas corporações. Antes, a preocupação era mais localizada: como as transações eram exclusivamente físicas, o cuidado precisava ser intenso, mas menos abrangente.
No entanto, com a pandemia do coronavírus, o avanço da tecnologia e o aumento das transações pelo mobile banking, isso mudou. Logo, a existência do multicanal aumentou o número de fraudes de maneira significativa. Se o número de fraudes aumentou, também é necessário aumentar o investimento em prevenção para evitar prejuízos a essas instituições — e, nisso, a tecnologia pode ajudar.
Pensando nesse cenário, entenda, no post de hoje, um pouco mais sobre o panorama das fraudes nas instituições financeiras e conheça quais são as soluções que vêm sendo adotadas.
O crescimento das fraudes nas instituições financeiras
Se de um lado a pandemia trouxe aumento da digitalização, de outro aumentou – e muito – o número de fraudes no sistema bancário.
O número de ataques fraudulentos contra brasileiros chegou a 1,9 milhão no primeiro semestre de 2021, o que corresponde a um aumento de 15,6% com relação ao mesmo período de 2020. A alta foi puxada principalmente pelas ações contra pessoas de até 25 anos, que tiveram crescimento de 19,3%, de acordo com o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian.
De golpes ousados como motoboys que recolhem o cartão do banco a boletos falsos, passando por roubos de dados em sites falsos e compras irregulares, há muitas versões para as fraudes. O fato é que durante a pandemia elas deram um salto de 70%.
Os bancos e cartões registraram 1,2 milhão de tentativas e as financeiras, 205 mil, com variação acumulada de 59,2% e -40,7%. O setor que teve maior crescimento no comparativo entre semestres deste ano e 2020 foi o varejo, com alta de 89,5% e 167 mil. Telefonia (-49%) e serviços (-19,5%) apresentaram queda, registrando 79 mil e 258 mil tentativas.
Em um ranking elaborado no ano passado pela Kaspersky, que desenvolve softwares de segurança, o Brasil aparece ao lado da China, como alvo de 3% de todos os ataques feitos no mundo por meio de trojans bancários, ou ‘bankers’, que são um dos instrumentos mais comuns usados pelos hackers para roubar dinheiro dos internautas.
Ainda, segundo um recorte do mercado financeiro feito no Mapa da Fraude, apresentou 527 mil tentativas de fraudes, no primeiro semestre de 2022, em processos digitais como abertura de contas, emissão de cartões, Pix, empréstimo pessoal e CDC. Foram analisadas mais de 19 milhões de transações, com tentativas em mais de 527 mil transações. Um registro de 2,71% das transações.
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Fatores e fraudes mais comuns
Segundo outra pesquisa, feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), entre os fatos que antecederam a fraude os mais comuns foram:
- Perda de documentos pessoais (24%);
- Roubo, assalto ou furto (21%);
- Perda de cartão de débito ou crédito (18%);
- Fornecimento acidental de dados pessoais para terceiros (13%) por telefone, e-mail, WhatsApp ou sites.
Além disso, entre as fraudes mais comuns estão: cartão de crédito ou débito clonado (25%), contratação de serviços ou compra indevida de itens usando documentos falsos, perdidos ou roubados da vítima (14%), transação financeira em conta bancária sem autorização (13%) e pagamento de serviço não realizado (11%).
O problema não é novo, mas o aumento do uso dos canais digitais pelo brasileiro durante a quarentena elevou a escala das fraudes. O movimento já vem sendo apontado, atualmente, como uma das principais travas para a queda maior dos juros ao consumidor.
Com isso, é cada vez mais necessária a preocupação das instituições financeiras em garantirem transações de segurança para ambas as partes.
Os benefícios da prevenção de fraudes nas instituições financeiras
Ter cuidados para prevenir fraudes nas instituições financeiras é importante, pois é uma forma de evitar prejuízos. Quando a Instituição Financeira não se preocupa com esse tipo de segurança, o resultado é que ela pode encarar prejuízos volumosos na casa dos milhões.
Neste momento, os bancos e startups estão realizando a abertura de contas através da internet e por aplicativos. Não se preocupar com mecanismos para combater as fraudes, desde o momento da abertura da conta, poderá por em risco as operações futuras, como por exemplo a oferta de um empréstimo.
A falta de proteção também traz riscos para a instituição, que pode se tornar judicialmente responsável por prejuízos de clientes. Além disso, a falta de segurança gera prejuízos para a credibilidade e para as operações como um todo.
Investir em soluções de prevenção, portanto, impede prejuízos e responsabilizações criminais, além de melhorar a imagem da instituição perante os clientes.
As formas de prevenir as fraudes nas instituições financeiras
Inicialmente, é necessário que os clientes sejam conscientizados sobre o uso adequado dos recursos virtuais para operações financeiras. A conscientização do usuário, portanto, é um passo importante para diminuir a ocorrência de fraudes, mas não é suficiente para prevenir situações como essa. Fraudes nas agências ou por meio dos correspondentes bancários também são realidade e podem ser prevenidos. Nesse cenário, são necessários recursos como:
Big Data
O Big Data consiste em coletar um imenso número de informações sobre o negócio que, inicialmente, parecem não ter relação. Mediante análise, é possível encontrar relações, tendências e padrões que indiquem determinados comportamentos.
Para as instituições financeiras, o uso de Big Data é muito importante para que haja uma análise completa das diferentes informações envolvidas nas transações virtuais. Com essa análise feita da maneira correta, a identificação de fraudes acontece de maneira mais fácil e mais assertiva de modo a evitar prejuízos maiores.
Se um dado de transação se mostra fora do padrão considerado seguro, por exemplo, a instituição pode intervir para fazer uma análise mais aprofundada da legitimidade de operação.
Soluções capazes de detectar fraudes através do comprovante de residência já são realidade. Muitos fraudadores utilizam o mesmo comprovante de residência, alterando somente o endereço e o nome. Esta alteração é muito difícil de ser detectada, pois as propostas passam por uma equipe e identificar os padrões de semelhança em um volume alto é quase impossível.
Validação de RG
O Brasil está entre os países mais afetados pelas fraudes de identidade. Por ser um dos documentos mais importantes para os cidadãos brasileiros, usado para a identificação em operações financeiras e de cadastro, o RG está sujeito a diversas fraudes.
Para solucionar o problema das fraudes em documentos, que afeta empresas do mundo todo, a melhor alternativa é recorrer a ferramentas tecnológicas. Elas garantem um nível de precisão e controle superior.
A Verificação de Antifraude e Risco (VAR) surgiu exatamente com o objetivo de oferecer às empresas uma solução simples e confiável. Com a documentoscopia eletrônica, o VAR faz a validação do RG para reduzir significativamente o risco de fraude.
Know Your Customer (KYC)
Os processos financeiros envolvem várias estratégias para eliminar riscos. Uma dessas estratégias é o Know Your Customer (KYC), utilizada por bancos para avaliar e indicar riscos de cada pessoa e, assim, tornar as suas carteiras de clientes menos expostas a problemas.
Obrigatória por lei, o KYC ajuda a companhia a avaliar melhor os fatores que podem levar prejuízos ao realizar uma venda e, com isso, garantir receitas com mais segurança. Além de evitar prejuízos e até mesmo problemas legais.
Além disso, é uma parte importante de uma política de compliance e as leis que regem esses processos fazem com que uma série de fontes e dados sejam necessários para que sua empresa possa validar os clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.
Cartões virtuais
Uma nova tendência consiste na geração de cartões virtuais. Esses cartões possuem prazo de expiração bem curto e servem apenas para uma única compra. O cliente que deseja comprar em um e-commerce, por exemplo, gera um cartão na hora do pagamento, insere os dados e finaliza o processo.
Depois do período, o cartão não tem mais validade e, portanto, não pode ser utilizado para ações fraudulentas. Embora aumente a necessidade de robustez e estrutura da instituição, é uma medida eficiente para gerar a segurança necessária para as operações.
Múltiplas camadas de segurança
Atualmente, o maior desafio das instituições financeiras é garantir uma proteção em múltiplas camadas no mobile banking de modo a dificultar o acesso não autorizado e transações fraudulentas.
Se antes o uso do aplicativo e da senha era suficiente para garantir a proteção, hoje é preciso envolver relações muito mais complexas. Criptografia de dados, biometria e identificação de localização da transação compõem apenas uma possibilidade de conjunto de camadas para garantir a proteção em transações.
Há também o envio de códigos para dispositivos previamente cadastrados e outras soluções que, quando adotas conjuntamente, tornam mais difícil realizar fraudes nas instituições financeiras.
Evolução do TI
A computação na nuvem ainda representa um desafio para as instituições financeiras, já que é preciso transpor uma série de barreiras relativas à segurança. Para contornar essa dificuldade, existe uma tendência de evolução de TI de incorporar novas tecnologias, de maneira segura e totalmente conveniente.
Com isso, é preciso que as instituições financeiras estejam abertas a incorporar novas tecnologias para garantir que haja uma proteção efetiva e dinâmica contra um cenário de ameaças.
Confira uma parte da palestra do engenheiro de segurança da IBM, no CIAB 2016, sobre este assunto:
Biometria
Com a tecnologia fazendo cada vez mais parte das operações financeiras, a biometria também aparece como uma opção para instituições financeiras. O sistema biométrico é complementar às soluções de fraude e pode ser utilizado para fotos ou digitais e também para reconhecimento ou identificação.
Esse sistema é compatível com diferentes scanners e permite que a instituição financeira se proteja contra acessos desautorizados por parte dos clientes, por exemplo. Além de consultar uma base de dados para verificar se a foto é de um fraudador.
As fraudes nas instituições financeiras vêm aumentando com o uso cada vez maior da internet nas movimentações. Para conter esse avanço, são adotadas cada vez mais soluções viáveis de prevenção, que vão desde o uso de múltiplas camadas de segurança e cartões virtuais até o uso de Big Data para uma identificação preventiva de fraudes e suas tentativas. Dessa forma, as instituições têm se tornado mais protegidas contra esse tipo de ação de modo a criar um ambiente mais seguro para seus clientes.
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