Produtos personalizados e agilidade em processos são alguns dos benefícios que o compartilhamento de dados via Open Finance pode proporcionar para as empresas
Com o avanço do Open Finance no Brasil, que já alcançou cerca de 30 milhões de consentimentos únicos, um dos principais desafios a partir de agora não é apenas aumentar os benefícios para os consumidores, mas também mostrar às empresas que o compartilhamento de dados financeiros também pode trazer vantagens estratégicas.
Atualmente, o Open Finance possui aproximadamente 264 mil consentimentos únicos de pessoas jurídicas (PJ). O número representa cerca de 1% das mais de 22 milhões de empresas ativas no Brasil, um aumento de 70% referente ao ano passado.
Um dos aspectos que dificulta o compartilhamento de dados entre empresas é a existência de múltiplas alçadas ou múltiplos poderes.
Além disso, há outras questões que ainda dificultam o compartilhamento de dados. Diferenciar o consentimento por diferentes portes de empresas ou também quando há múltiplos CNPJs ou filiais, no caso de conglomerados ou grupos econômicos são algumas delas.
A seguir, explicaremos em detalhes o que é e como funciona o Open Finance, além de apresentar os principais benefícios do compartilhamento de dados para empresas.
Saiba o que é Open Finance
Open Finance é uma evolução do conceito de Open Banking, ampliando o escopo de compartilhamento de dados para além das contas bancárias. No Open Finance, informações financeiras de diferentes produtos e serviços, como seguros, investimentos, previdência e até mesmo dados de instituições não bancárias, podem ser compartilhadas entre empresas e instituições financeiras, desde que o cliente autorize.
A ideia central do Open Finance é promover um ecossistema financeiro mais integrado e competitivo, no qual o consumidor tenha mais controle sobre suas informações financeiras e possa aproveitar melhor os serviços personalizados oferecidos por diferentes provedores. Isso pode incluir desde melhores condições de crédito até recomendações personalizadas para investimentos.
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Mudanças e atualizações no Open Finance
Recentemente, o Banco Central informou que haverá o aumento do escopo das instituições que serão obrigadas a participarem do ecossistema Open Finance. O foco inicial estava no compartilhamento de dados bancários pelos clientes, mas essa abordagem rapidamente se expandiu para incluir informações sobre investimentos e câmbio.
Olhando para o próximo ano, teremos uma nova etapa com a introdução da portabilidade de crédito. Essa ampliação do escopo não se limita apenas ao tipo de informação que os clientes podem compartilhar; ela também abre espaço para que um número ainda maior de instituições financeiras implemente o Open Finance, oferecendo novos serviços e produtos. A medida entra em vigor em janeiro de 2025.
Com essas mudanças, além das instituições S1 e S2, também são obrigadas a participarem do sistema as instituições com mais de 5 milhões de clientes. Dessa forma, a base de participantes do Open Finance passa de 75% para 95% das instituições do país. O BC divulgou um link capaz de consultar o número de clientes de instituições de todo o Brasil. Você confere aqui!
Só vale para instituições financeiras?
Instituições ligadas a grandes varejistas como Renner, Casas Bahia e Carrefour, embora, por definição, não se encaixem no Open Finance por não serem bancos, estão seus braços financeiros têm se tornado cada vez mais relevantes para o ecossistema do Open Finance.
Então, vale ressaltar que essa resolução não é voltada apenas para um segmento específico. Quanto maior a instituição, maior é sua importância no sistema, o que torna essencial a adaptação às regras do Open Finance para que possa proporcionar benefícios significativos aos usuários. Isso também intensificará a competitividade no mercado.
Quais os benefícios do compartilhamento de dados para empresas?
O principal benefício do Open Finance para empresas é a personalização dos serviços financeiros. Com acesso a um volume maior de dados, as instituições podem oferecer produtos e serviços mais alinhados às necessidades específicas de cada cliente. Isso inclui desde a personalização de taxas de juros até a criação de soluções financeiras sob medida para pequenos negócios.
Além disso, o compartilhamento de dados possibilita um processo mais ágil e preciso na concessão de crédito. As empresas têm acesso a um panorama financeiro mais completo dos seus clientes, o que facilita a avaliação de riscos e a tomada de decisões. Isso resulta em limites de crédito mais elevados e condições mais favoráveis para os clientes.
No Mercado Pago, a plataforma financeira do Mercado Livre, a primeira oferta para clientes que optam por compartilhar seus dados através do Open Finance é o crédito. Isso se aplica tanto para as pessoas físicas quanto aos vendedores da plataforma.
Outro benefício significativo é a melhoria na gestão financeira. Ferramentas e plataformas que utilizam os dados compartilhados no Open Finance podem oferecer panoramas detalhados sobre a saúde financeira de uma empresa, ajudando-a a tomar decisões mais informadas e a otimizar suas operações.
>> Leia também: Iniciação de pagamentos: o que é e como funcionam as transações via Open Finance?
Afinal, o compartilhamento de dados não só facilita a personalização de serviços, como também abre portas para novas parcerias e modelos de negócios que podem transformar a forma como as empresas operam e interagem com os consumidores.
Com a adesão ao Open Finance, as empresas não apenas cumprem com as regulamentações, mas também se posicionam na vanguarda da transformação digital, aproveitando ao máximo as oportunidades que o ecossistema de dados compartilhados oferece.
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