Em seus mais de 120 painéis, o Febraban Tech 2024 destacou temas quentes como IA, tokenização, pagamentos instantâneos, inclusão financeira e muito mais
A 34ª edição do Febraban Tech, o maior evento de tecnologia e inovação do setor bancário na América Latina, reuniu em São Paulo as principais lideranças do setor para debater como utilizar de forma responsável os novos recursos e avanços da inteligência artificial.
A IA, portanto, foi o principal tópico de conversa ao longo do evento, com as maiores lideranças do setor financeiro compartilhando seus percalços, oportunidades e cases de sucesso na jornada de implementação da IA. No entanto, em seus mais de 120 painéis, o Febraban Tech 2024 também destacou temas quentes como tokenização, Open Finance, pagamentos instantâneos, inclusão financeira e muito mais.
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Após combinação de negócios em novembro de 2023, a Evertec + Sinqia estiveram presentes juntas na área de expositores, apresentando seus produtos e serviços para o mercado. Acompanhamos tudo de perto para trazer uma curadoria dos principais debates e insights deste evento tão importante para o nosso setor.
Painel de abertura: IA e ESG no setor bancário
O Febraban Tech 2024 começou em grande estilo, com uma abertura que contou com a participação dos presidentes dos maiores bancos no Brasil. Estavam presentes Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, Carlos Vieira, da Caixa, e Mario Leão, CEO do Santander.
Os executivos destacaram as principais tendências tecnológicas e práticas ESG no setor bancário. Tópicos como Open Finance, Pix, Drex e inteligência artificial ganharam destaque na conversa, assim como a importância da segurança dos dados e a crescente demanda por personalização de produtos e serviços. Segundo Isaac Sidney, presidente da Febraban e responsável pela mediação do painel, “os dados gerados pelos dispositivos conectados impulsionarão a personalização e moldarão o futuro do setor”.
De forma geral, ficou claro que os bancos tradicionais têm investido fortemente em IA para otimizar operações, reduzir custos e melhorar a experiência dos clientes. Pensando no impacto prático da IA no setor financeiro, Carlos Vieira, presidente da Caixa, citou que a tecnologia permitiu reduzir o prazo da análise de crédito imobiliário de três dias para três horas, gerando uma economia de mais de R$ 1 milhão.
Também foi destacada a possibilidade das instituições financeiras utilizarem a IA para tomar decisões de caráter mais preventivo do que reativo. Nas palavras de Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, trata-se de tomar decisões antes que o evento aconteça.
Ele também destacou que a IA é uma revolução tecnológica que deve ser usada para criar valor para os clientes. “Estamos diante de uma IA omnichannel que agrega valor em áudio, texto e imagens” explicou Maluhy.
Agenda ESG
Outro tópico muito presente na fala dos presidentes dos bancos foi a agenda ESG, com menções especiais às iniciativas de apoio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Marcelo Noronha, presidente do Bradesco, também destacou o compromisso do banco com a transição climática e a sustentabilidade. Ele ressaltou a importância das fontes de energia renovável e da descarbonização, além de abordar o tema da IA responsável. “Não basta investir em tecnologia, é preciso investir em pessoas também,” disse, mencionando também a importância da gestão energética e governança.
Milton Maluhy Filho ressaltou a necessidade de cooperação entre as instituições para liderar a agenda ESG, mas destacando que o banco foi o primeiro da América Latina a fazer parte do Dow Jones Sustainability Index, conjunto de índices que avaliam o desempenho de empresas líderes em sustentabilidade em termos ambientais, sociais e de governança.
Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, destacou a criação de uma fundação para gerar interlocução com a sociedade e aproveitou para falar sobre as oportunidades do Brasil na sustentabilidade, especialmente devido aos seus recursos naturais e fontes renováveis de energia.
Já Mário Leão, presidente do Santander, abordou a análise de risco ambiental na concessão de crédito e destacou o banco Prospera, maior operação privada de microcrédito no Brasil.
5 insights do Febraban Tech 2024
1. IA no centro dos debates
Já era de se esperar que a inteligência artificial ocuparia o centro dos holofotes no maior evento de tecnologia do setor bancário. A inovação foi citada em muitos dos painéis do evento, com foco no seu potencial de elevar a produtividade do setor e aprimorar a personalização de produtos e serviços.
Joaquim Campos e Matt Candy, da IBM, discutiram como a IA está sendo utilizada pelos bancos na América Latina. Segundo levantamento da companhia, 86% dos bancos já utilizam ou estão prontos para utilizar IA, com ganhos esperados em produtividade, criação de novos produtos e serviços, e melhoria na experiência do cliente. Porém, 60% das iniciativas neste âmbito estão presas e não avançaram – ou seja, o caminho ainda é longo para uma implementação plena da tecnologia no setor financeiro.
Desta forma, foram elencados alguns passos para escalar a transformação e entrega de valor com IA, em especial com IA generativa: estratégia, controle central da IA, modelo de transformação operacional e investimento em pessoas.
2. Hiperpersonalização a serviço do cliente
Com o usuário de serviços financeiros buscando cada vez mais a hiperpersonalização em suas interações com as instituições, qual é a realidade dos bancos brasileiros no uso da IA para essa entrega hiperpersonalizada?
Essa foi a questão levantada pelo painel “Há uma IA para tudo? A hiperpersonalização a serviço do cliente”, que reuniu lideranças dos principais bancos nacionais.
Rafael Cavalcanti, do Bradesco, apresentou o case BIA, uma IA desenvolvida inicialmente para resolver problemas internos, mas que agora interage com os clientes, proporcionando um atendimento personalizado e transacional. “Errar na personalização resulta em perda imediata de engajamento do cliente,” disse Cavalcanti, destacando a importância da efetividade na hiperpersonalização.
Fernando Castro, do Itaú, destacou que o banco possui mais de 250 casos de uso de IA em operação. A aplicação da IA é ampla, mas se concentra principalmente em duas áreas: relação com clientes e eficiência operacional.
Já Analaura Morais, do Banco do Brasil, enfatizou a visão do BB em ser “um banco para cada cliente”. Esse objetivo é alcançado através da combinação de dados, tecnologia e uma forte relação com os clientes.
3. Pagamentos instantâneos e inclusão financeira
O painel sobre a evolução dos pagamentos instantâneos discutiu o impacto do Pix no Brasil. Carlos Eduardo Brandt, do Banco Central, enfatizou a inclusão financeira e a digitalização proporcionadas pelo Pix, enquanto Flávia Davoli, do Santander, destacou que 7 em cada 10 brasileiros já fizeram um Pix. “O Pix está revolucionando não só as transferências, mas também o comportamento de pagamento dos brasileiros,” disse Brandt.
Sobre esse assunto, conversamos com Paulo Dutra, Diretor de Bancos na Evertec + Sinqia. Ele explica que, para lidar com o sucesso estrondoso do Pix, o setor bancário tem investido cada vez mais em tecnologias escaláveis. “A Sinqia se preparou para conseguir ofertar maiores volumes, assim como maior confiabilidade e resiliência do nosso produto”, comentou.
4. Segurança cibernética no setor bancário
A edição do Febraban Tech de 2024 também trouxe à tona discussões cruciais sobre segurança cibernética e a transformação digital nas instituições financeiras. A segurança cibernética é uma prioridade máxima para os bancos brasileiros, com investimentos significativos feitos anualmente. No painel “Antecipando ameaças”, especialistas discutiram as estratégias adotadas para se manterem à frente das ameaças cibernéticas.
Adriano Volpini, do Itaú, enfatizou o papel fundamental dos bancos na antecipação de riscos, destacando a migração para estruturas de fusion center e o uso intensivo de dados e modelos matemáticos.
Gabriel Borges, do BTG Pactual, abordou a crise de autenticidade trazida pela IA e como os bancos implementam soluções avançadas como biometria facial e comportamental para garantir a segurança das identidades. Para isso, há uma necessidade crescente de uma plataforma de orquestração centralizada para reduzir silos de dados e aumentar a eficácia das medidas de segurança.
Entre outros dados, a pesquisa “Como a adoção de tecnologias pode contribuir para o crescimento do setor financeiro” revelou que 73% dos bancos nacionais já adotaram a biometria facial, o que demonstra a perspectiva de expansão com uma projeção de contribuir em até 13% com o PIB até 2030.
Outro aspecto fundamental para garantir a cibersegurança das instituições é a educação financeira, para que o cliente consiga identificar possíveis tentativas de golpes e evite se expor aos riscos.
5. Drex e tokenização
Ao olharmos para o setor financeiro global, a digitalização tem se destacado como um dos principais impulsionadores de inovação e eficiência. O Brasil, com seu alto nível de digitalização, está na vanguarda dessa transformação.
Um dos mais recentes avanços nesse contexto é o Drex, uma nova infraestrutura para o mercado de capitais brasileiro. No painel “Com o Drex, a tokenização chega ao mercado institucional“, especialistas discutiram as implicações e oportunidades dessa tecnologia.
De acordo com Fábio Araujo, diretor do Drex dentro do Banco Central, a moeda digital entrou oficialmente na segunda fase de testes, onde está prevista a tokenização de títulos públicos e novos casos de uso. Esses novos cenários serão propostos inicialmente pelos consórcios que atualmente participam do projeto – a Sinqia, inclusive, integra um consórcio ao lado da Mastercard, Mercado Bitcoin, Banco Genial e CERC.
Ao alavancar a tecnologia de registro distribuído, o Drex promete elevar o nível de digitalização ainda mais, oferecendo uma experiência similar à do Pix para outros produtos financeiros, como os de investimentos. Isso inclui maior velocidade, disponibilidade contínua e processos de liquidação mais eficientes.
Um dos maiores desafios enfrentados pela adoção do Drex é a questão da privacidade e segurança dos dados. Durante o painel, foi levantada a provocação sobre a necessidade de abrir mão da privacidade para acessar esses serviços.
No entanto, sabemos que as leis regulatórias brasileiras exigem rigorosos padrões de proteção de dados, garantindo que a privacidade dos usuários seja mantida. Portanto, o Drex será implementado dentro de um arcabouço regulatório robusto que assegura a segurança e a privacidade das informações dos participantes.
Participação da Evertec+Sinqia
Estar no Febraban Tech é uma experiência enriquecedora, tanto para expositores e palestrantes quanto para quem visita o evento em busca de insights. Por mais um ano, a Evertec + Sinqia esteve presente para compartilhar sua visão de como as soluções tecnológicas estão moldando o futuro dos serviços financeiros.
Um dos posicionamentos que trouxemos ao evento foi a oferta de uma solução full service para o setor bancário. “Você não encontra no mercado um portfólio tão completo quanto o nosso, o que torna possível para o cliente trabalhar com um único fornecedor”, explicou Clodoaldo Pontes, Vice-Presidente Comercial da Evertec + Sinqia.
Dessa forma, apresentamos um portfólio ainda mais robusto, com destaque para a nossa nova unidade de Pagamentos, que oferece serviços de processamento para emissores e adquirentes, soluções antifraude, emissão de cartões físicos e digitais de forma simples e rápida, conta de pagamentos e soluções de banking as a service (BaaS) e Pix.
Além disso, levamos outras soluções inovadoras, todas elas já dentro das regulações vigentes, o que garante o uso da inteligência artificial de forma segura e responsável tanto para o mercado financeiro quanto para o consumidor final.
Se quiser saber mais sobre as soluções da Evertec+Sinqia apresentadas no Febraban Tech 2024, fale com os nossos especialistas!