A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, que agora alcança sua 34ª edição, oferece uma análise de larga escala do cenário tecnológico e comportamental do setor bancário no Brasil. Por isso, é uma importante referência para esse mercado.
O primeiro volume examina os investimentos e tendências voltados para tecnologia, enquanto o segundo volume se aprofunda nas transações bancárias e no comportamento do consumidor.
A coleta de dados ocorreu ao longo de um período de quatro meses, entre dezembro de 2024 e março de 2025, combinando formulários eletrônicos e entrevistas detalhadas conduzidas com líderes de tecnologia.
A participação ativa de 20 bancos, que representam impressionantes 85% dos ativos da indústria bancária nacional, juntamente com 30 executivos, garantiram uma análise robusta e representativa do setor, enriquecida ainda mais pela inclusão de dados públicos e pesquisas conduzidas pela Deloitte.
Continue sua leitura e confira os resultados do primeiro volume da pesquisa de Tecnologia Bancária 2025.
Tecnologia bancária 2025: prioridades estratégicas
Em um cenário cada vez mais digital e competitivo, as prioridades estratégicas da Tecnologia da Informação (TI) no setor bancário, conforme reveladas pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária de 2025, estão direcionadas para:
- Inovação tecnológica, com 82% de adoção, impulsionada pelo uso da GenAI e a migração de dados para a nuvem;
- Segurança e privacidade de dados, com 82% de ações voltadas para mitigar riscos cibernéticos, prevenir fraudes e garantir a proteção das informações;
- Personalização de produtos e serviços, a partir da exploração de dados via Open Finance, customização de produtos pelo cliente e análise preditivas usando inteligência artificial, com 76% de utilização.
Esses pilares refletem a preocupação das instituições financeiras em garantir interações mais ágeis, intuitivas e seguras, que estejam alinhadas diretamente com as expectativas dos consumidores, para ampliar o relacionamento com seus clientes e atender as novas demandas com inovação e eficiência.
Investimentos dos bancos nas estratégias de diferenciação
Ao longo dos anos, a tecnologia vem se tornando um importante motor de transformação digital e fortalecimento da competitividade no setor bancário. Com isso, as instituições financeiras têm investido de forma consistente nessa área, demonstrando seu compromisso com a inovação.
No Brasil, os bancos ampliaram seus investimentos em tecnologia em 58,4% nos últimos 5 anos, passando de R$26,7 bilhões em 2020, para R$42,3 bilhões no ano de 2024. Em 2025, espera-se que as despesas e investimentos em tecnologia no setor bancário atinjam a marca de R$47,8 bilhões, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Em comparação a 2024, neste ano, os bancos projetam ampliar em 61% os investimentos em IA, Analitycs e Big Data, e em 59% na migração para cloud. A integração dessas tecnologias permitirá um cenário cada vez mais disruptivo, mas também levará os bancos a investir mais em projetos regulatórios, com destaque para um aumento orçamentário de 48% envolvendo iniciativas com PIX e de 65% no amadurecimento do Open Finance.
Esses dados refletem a necessidade do setor em contar com uma base tecnológica sólida e escalável para suportar essas evoluções e, com isso, possam ganhar eficiência, gerar experiências melhores para seus clientes e expandir suas operações de maneira inovadora e em conformidade regulatória.

IA: Eficiência e personalização
Segundo a pesquisa de Tecnologia Bancária 2025, entre os benefícios que o uso da IA pode oferecer, estão a redução de custos e o ganho de eficiência operacional, ambos com 74%, seguidos pelo reforço na segurança de dados com o aumento na detecção e prevenção de fraudes (63%), suporte para análise de dados (58%) e uma melhora na personalização dos serviços (47%).

A crescente adesão dessa tecnologia em diferentes processos bancários se deve tanto a versatilidade e impactos que a IA pode gerar, quanto pela maior busca por experiências personalizadas, tornando a hiperpersonalização um diferencial competitivo valioso para os bancos, sobretudo quando ela se reflete em maior satisfação para os clientes.
IA e GenAI: ganhos de eficiência mensuráveis
De acordo com o levantamento sobre Tecnologia Bancária 2025 da Febraban, cerca de 8 em cada 10 bancos já integraram soluções de IA generativa em suas operações, reconhecendo o seu papel estratégico como agente de transformação bancária, seja no atendimento ao cliente (72%), como no desenvolvimento de sistemas e operações (67%) ou na personalização de interações com o cliente (50%).
O que antes era implementado apenas com foco em automação e análise de dados, agora com a GenAI, o impacto da inteligência artificial no setor bancário alcançou proporções maiores, possibilitando aos bancos obter um aumento de 11,4% no ganho de eficiência em seus processos. Das instituições financeiras que participaram dessa pesquisa, 38% deles afirmam ter alcançado níveis de eficiência superiores a 20% após implementação da IA e GenAI.

Os ganhos mensuráveis na eficiência operacional dos bancos resultantes da integração de IA e GenAI em seus processos só reforçam o potencial dessas tecnologias em otimizar operações, reduzir custos, oferecer interações mais contextualizadas e impulsionar novas formas de atuação no setor.
À medida que a implementação de GenAI avança no setor bancário, se faz necessário adotar diretrizes de governança eficientes, visando garantir mais transparência, segurança e conformidade regulatória no uso dessa tecnologia. Apesar disso, na pesquisa de Tecnologia Bancária 2025, somente 3 em cada 10 bancos participantes afirmaram possuir um modelo formal de governança voltada para GenAI.
Cloud como catalisadora na adoção da GenAI
Para avançar em sua jornada de transformação digital, é de suma importância que as instituições financeiras alinhem o uso da IA e GenAI com ferramentas de Cloud, uma vez que as soluções de armazenamento de dados em nuvem permitem que as tecnologias baseadas em IA maximizem seu potencial, seja facilitando o acesso e processamento de grande volume de dados em tempo real, seja eliminando barreiras de infraestrutura, reduzindo custos ou ampliando os ganhos em eficiência, inovação e escalabilidade.
Na Pesquisa de Tecnologia Bancária, todos os domínios de negócios avaliados migraram para nuvem em 2024. Em bancos com maior nível de maturidade em tecnologias de IA, 100% do Open Banking/Finance e 67% do PIX migraram para a nuvem.

IA na cibersegurança
Outro ponto que segue em destaque no setor financeiro é a cibersegurança. Com os avanços na complexidade e sofisticação dos golpes digitais, garantir mais segurança se tornou prioridade na gestão de riscos e vulnerabilidades de 90% das empresas.
Segundo a pesquisa, 56% dos bancos já contam com especialistas em cibersegurança nos conselhos de administração e 40% deles possuem ao menos um profissional de segurança apoiando os squads de tecnologia. Isso demonstra que ações de cibersegurança não devem integrar apenas etapas de onboarding digital, mas toda a jornada bancária, desde a coleta e análise dos dados, até a entrega de novos serviços para os clientes.
Nesse cenário, as tecnologias baseadas em IA surgem como importantes aliadas, permitindo aos bancos se antecipar frente às ameaças cibernéticas e garantir a continuidade das operações com segurança e confiabilidade.
Somado a isso, a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária também aponta medidas de prevenção à lavagem de dinheiro e fraude como estratégias de segurança valiosas, onde a implementação de tecnologias e presença de equipes de analytics dedicadas a essa área são elementos vitais para iniciativas bem-sucedidas.

Explorando o Open Finance em busca da diferenciação
O número de adesões para compartilhamento de dados bancários no âmbito do Open Finance cresceu 35% em 2024, potencializando não apenas a criação de novos serviços financeiros, como a portabilidade e formação de parcerias estratégicas entre os bancos.
Para além disso, o Open Finance representa uma grande oportunidade de acesso a dados financeiros, perfis de consumo e interações com clientes, entre outras informações que, ao serem incluídas às estratégias de IA e GenAI, permitem aos bancos personalizar a oferta de produtos e serviços, disponibilizando soluções que atendam com eficiência as necessidades e interesses do seu público.
A expectativa é que o sistema de Open Finance consiga agregar ainda mais valor as instituições financeiras, com 41% deles projetando extrair valor dessa inovação nos próximos anos.
Quer ver o primeiro volume da Pesquisa de Tecnologia Bancária 2025 na íntegra? Confira abaixo:
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