Em entrevista para o blog, o Diretor de Bancos da Sinqia, Paulo Dutra, fala sobre as principais transformações do setor nos últimos anos e comenta as novas soluções da empresa em Pix e Câmbio
O Diretor de Bancos da Sinqia, Paulo Dutra, tem uma longa trajetória em tecnologia para o setor bancário. Formado em Matemática pela Unesp, com mestrado em Ciência da Computação pela USP e MBA em Gestão Executiva pela Brazilian Business School, o executivo possui mais de 30 anos de experiência no Desenvolvimento de Projetos e Soluções de TI para o segmento.
Em entrevista para o blog, Paulo fala sobre as principais transformações do setor nos últimos anos e como a digitalização se tornou peça-chave no modelo de negócios das empresas do setor bancário. O executivo também comenta sobre como a Sinqia tem atuado para acompanhar as evoluções do mercado, citando as novas soluções da empresa em Pix e Câmbio.
Você tem uma longa trajetória na área de tecnologia para o setor financeiro. De lá para cá, quais foram as principais transformações do setor bancário e que devem continuar impactando o segmento?
Eu comecei no segmento financeiro no Banco Garantia, em 1992, então realmente faz bastante tempo. Naquela época, existia uma tendência muito forte de tirar os famosos mainframes (computador de grande porte dedicado ao processamento de informações) para transformar essas aplicações em plataformas baixas. Isso foi durante toda a década de 90.
Existia um apelo forte de mais usabilidade, de oferecermos uma interação maior com os usuários, através de plataformas online. Teve um “boom” desse processo, que chamamos de downsizing (redução de tamanho).
No final da década de 90, começaram as aplicações de internet. Naquela época, já existiam algumas soluções para facilitar o acesso ao banco, mas eram bastante incipientes. Teve um aperfeiçoamento muito forte em relação às plataformas para melhorar a vida do cliente, do banco e a interação entre os dois. Houve uma mudança muito forte de tirar o cliente de dentro da agência, para inseri-lo dentro do internet banking e, depois, nos aplicativos. Tudo isso com um arcabouço tecnológico muito grande.
Dentro do banco, também houve uma migração muito forte. Tivemos o downsizing, depois esse processo de colocar a plataforma em cloud e ter as plataformas o tempo inteiro disponíveis para o usuário, independentemente de onde ele estiver. Então, eu diria que saímos de um processo monolítico para entrar no downsizing para estarmos cada vez mais online, com uma usabilidade melhor.
Saindo de dentro dos bancos, também exploramos muito a evolução da internet e dos aplicativos, e hoje temos todo o processo para suportar essa transição para as plataformas distribuídas, como cloud privada e pública.
Eu tive que ir muito em agência de bancos, hoje isso já não é mais tão comum, justamente por conta de todo esse avanço tecnológico.
Hoje a modernização é mais vista como uma peça-chave no modelo de negócios. Quais são os principais benefícios dessa modernização? Por que é importante aderir às transformações?
O fato de você não precisar mais de um local físico para trabalho. Esse é um benefício absurdo que estamos vendo agora e que ainda deve evoluir muito, propiciando não só para o usuário do banco, como para todo o mercado interbancário, mais dinamismo e flexibilidade.
Outra vantagem também é a questão de volumetria. Estamos falando atualmente em processamentos muito grandes e distribuídos. Houve esse aperfeiçoamento para propiciar altos volumes e processos de integração. Dessa forma, operações que eram usualmente demoradas, hoje são feitas em questões de segundos, como é o caso do Pix.
Isso deve acontecer em breve para transações internacionais, já que ainda existe um delay grande entre você fazer a operação e ela de fato acontecer. Se você fizer uma remessa de dinheiro para fora, por exemplo, você levaria talvez um ou dois dias para o dinheiro cair na sua conta. Em breve isso será instantâneo. Ou seja, teremos uma abertura e democratização maior das operações e investimentos internacionais.
Aproveito para fazer um anúncio: estamos lançando o CaaS (Cambio as a Service), que é justamente nessa linha de termos, para as transações de câmbio, mais tecnologias, disponibilidade e volume. Assim, garantimos o tipo de performance que temos com o Pix, só que em transações internacionais.
Evoluímos a nossa plataforma de câmbio para dentro da cloud, seguindo todos os preceitos de segurança, para garantir altos volumes em transações internacionais. Estamos a um passo à frente para contribuir com o “Pix internacional”, tanto para as pessoas jurídicas, quanto para pessoas do Brasil que desejam mandar dinheiro para fora.
Vejo que um dos grandes desafios em meio a tantas mudanças é a segurança de dados. Como a tecnologia pode ser uma aliada?
É bastante interessante a maneira como a gente vem evoluindo as plataformas e como elas interagem com os usuários. Vemos que existe hoje um processo que nem imaginávamos de reconhecimento facial, de íris, digital, tudo isso para garantir que a gente tenha segurança.
Para isso, é essencial todo um arcabouço tecnológico de reconhecimento, dupla identificação e validação. E ganha todo mundo: o cliente, que fica mais confiante para fazer as suas operações, e o banco, que vai ter menos problemas com as questões de segurança.
Por fim, qual é o papel da Sinqia nessa jornada de transformações?
Os nossos produtos usualmente eram muito utilizados em backoffice dos bancos. Contudo, começamos a ter um processo de migração, saindo do atacado para o varejo, principalmente nas nossas soluções de pagamentos. Saímos de um volume pequeno de transações para um volume muito grande, com um volume financeiro bastante alto.
Para atender essa demanda, precisamos desenvolver uma série de novas tecnologias, usufruindo das possibilidades que temos agora de fazer o processo distribuído, em cloud, para propiciar escalabilidade e elasticidade. Então, a gente sai de dezenas de milhares de transações, depois para centenas de milhares, e hoje para milhões de transações.
O Pix, por exemplo, é um super sucesso no Brasil e está tendo recorde atrás de recorde, algo inimaginável anos atrás. Para torná-lo possível, no entanto, você tem que ter não só performance, mas também segurança e muita tecnologia.
A Sinqia está totalmente sintonizada com esse cenário. Pegamos a nossa plataforma de Pix e a evoluímos tecnologicamente para propiciar escalabilidade, elasticidade, altos volumes e alta performance.