A consolidação das insurtechs no mercado de seguros está abrindo caminhos para a chegada do Open Insurance.
Insurtechs? Open Insurance? Pois é, até mesmo o tradicional mercado de seguros vive um momento de grandes mudanças, impulsionado essencialmente pela disponibilidade de novas tecnologias.
Um dos mais recentes novos conceitos atende pelo nome de Open Insurance e promete ser tão inovador quanto o Open Banking será em relação ao mercado bancário.
Para quem atua com seguros, é obrigatório entender todas essas mudanças, na velocidade em que elas estão ocorrendo. E mesmo para quem apenas consome produtos ou serviços do segmento, vale a pena saber para qual cenário estamos caminhando. O post a seguir é um bom começo, acompanhe.
A revolução das insurtechs
O termo insurtech refere-se à fusão entre seguros (insurance) e tecnologia (technology). Mais precisamente, insurtechs são startups, pequenas e ágeis empresas criadas com o objetivo de, por meio da tecnologia, simplificar os processos de contratação de seguros, que tradicionalmente envolvem uma estrutura burocrática e lentos processos de elaboração, análise e aprovação de documentos contratuais.
Usando aplicações para a automatização de operações e a melhoria dos processos de análise das informações, as insurtechs tornam o trabalho mais organizado e produtivo, além de permitir uma personalização até então inexistente no atendimento ao cliente (é o conceito de experiência do cliente chegando aos seguros).
O conceito de Open Insurance
Uma mudança ainda mais inovadora que está amadurecendo no mercado de seguros refere-se ao conceito de Open Insurance, claramente inspirado no modelo do Open Banking.
O Open Banking encontra-se em um estágio mais avançado de definição e implementação. Nele, os indivíduos (e não as instituições financeiras) são os proprietários de seus respectivos dados bancários. Mas que diferença isso faz?
Na prática, é como se os consumidores deixassem de ser “reféns” de um único fornecedor de produtos e serviços bancários, passando a contar livremente com todo o mercado para o atendimento de suas necessidades.
As próprias empresas ganham livre acesso aos produtos e serviços de outras empresas, podendo oferecer aos clientes diferentes combinações de soluções. Cada vez menos as empresas tentarão criar soluções completas, passando a buscar a integração com soluções específicas, desenvolvidas por fornecedores altamente especializados.
Tecnicamente, para que essa abertura seja possível, é necessária a implantação de protocolos padronizados de integração, as API’s (Application Programming Interfaces).
O conceito de Open Insurance segue essa mesma linha de pensamento: promover uma estratégia de inovação aberta, reunindo diversas empresas do mercado segurador que estejam interessadas em criar produtos e apps em uma plataforma de entrega de serviços e dados.
Os fundamentos do Open Insurance
O conceito é baseado em três fundamentos principais:
- Inovação Aberta (Open Innovation): os dados e serviços ficam disponíveis para parceiros e outras startups, permitindo o desenvolvimento de novas soluções;
- Experiências Digitais: gera experiências digitais inovadoras a partir do uso de serviços e dados das companhias de seguro. Esse movimento deve ganhar rigidez com tecnologias como a Internet das Coisas, que traz veículos conectados e residências inteligentes;
- Novos Modelos de Negócios: as inovações e vivências digitais tendem a auxiliar e direcionar o avanço de novos modelos de negócios para seguradoras.
Assim, para entender o que é Open Insurance, é necessário compreender que, na prática, o movimento viabiliza que as companhias utilizem o sistema para trabalhar em conjunto, oferecendo uma melhor experiência aos clientes.
A busca da padronização no mercado de seguros
Algumas iniciativas estão em andamento, com o objetivo de se chegar a uma padronização técnica que permita a implementação do Open Insurance.
A consultoria INNOPAY, especializada em mercados abertos, cita alguns fatores que devem compor um ambiente padronizado para o mercado de seguros:
- Otimização: para romper o isolamento característico dos dados nas organizações, é necessário criar API’s internas que facilitem o acesso a eles;
- Coleta de dados: o uso de tecnologias como IoT para coletar cada vez mais dados, até mesmo em tempo real, desde que com o consentimento de seu proprietário, tornará as soluções ainda mais completas e personalizadas;
- Integração de API’s: para o atendimento às necessidades do cliente, um construtor de recursos deverá ser capaz de combinar API’s de diferentes fornecedores;
- Plataformas de agregação: exemplos como os agregadores de preços podem ser transpostos para novos contextos, oferecendo novas possibilidades de serviços aos clientes e às empresas;
- Fornecimento de produtos, serviços e dados: o mercado aberto possibilitará que empresas se especializem no fornecimento de determinadas soluções para outras empresas.
Embora todo esse cenário ainda esteja envolto por incertezas e pela ausência de definições concretas, o open insurance é, inegavelmente, uma tendência a ser acompanhada.
Cabe às empresas e aos profissionais do segmento observar atentamente cada passo dado pelo mercado e preparar-se para a mudança. Ela certamente virá.
Alguns questionamentos podem ajudar a buscar um posicionamento em relação ao tema:
- As insurtechs e suas inovações já estão presentes no dia a dia de sua empresa?
- No cenário de open insurance, qual seria o perfil de sua empresa? Que API’s ela desenvolveria? Quais ela buscaria de terceiros?
- O pessoal interno da empresa está a par do novo cenário que se desenha?
Essas e muitas outras questões começam a frequentar cada vez mais as pautas de planejamento das empresas no segmento de seguros no mundo todo. Sua empresa está pronta para o Open Insurance? Conta pra gente nos comentários.
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