Pesquisadores e estudiosos de Marketing e Sociologia definiram diferentes gerações com base nos anos de nascimento para ajudar a compreender as visões de mundo desses grupos, como por exemplo: experiências de vida, mercado de trabalho, comportamento, eventos significativos, formas de relacionamento e comunicação.
Essa análise nos ajuda a construir e impulsionar uma organização diversificada e multigeracional, além de apresentar soluções realistas e atingíveis.
Para facilitar a compreensão das gerações, é importante identificar o período de cada uma. Vamos focar especialmente nas gerações que estão ativas no mercado de trabalho: Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z.
- Geração do Ferro ou Geração Silenciosa (1920 – 1945)
- Baby Boomers (1946 – 1964)
- Geração X (1965 – 1980)
- Millennials (1981 – 1997)
- Geração Z (1998 – 2012)
- Geração Alpha (2013 – 2025)
Nesta primeira análise, vamos explorar a geração dos Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964. O nome “Baby Boomers” surgiu devido ao aumento significativo de nascimentos após a Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltaram para casa e, junto com suas parceiras, formaram famílias. Esse período também coincidiu com o lançamento da pílula anticoncepcional.
Até 2025, 30% da população ativa na América do Norte e América Latina terá mais de 55 anos e muitos não se aposentarão tão cedo. Isso provocará um choque de cultura que exigirá uma nova abordagem gerencial nas empresas (Fonte: Pesquisadores do Stanford Center On Longevity/2017).
Com a permanência prolongada dos Baby Boomers no mercado de trabalho, o antigo modelo de negócios já não se aplica. Líderes, gestores e profissionais de RH devem gerenciar um quadro de funcionários composto por quatro gerações, cada uma com perspectivas diferentes sobre ética de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, objetivos de carreira e outros aspectos.
Quando os primeiros Baby Boomers ingressaram no mercado de trabalho, aprenderam que os líderes dão ordens, garantem que sejam cumpridas e lidam com quem as desobedece. No entanto, com os avanços tecnológicos e a presença de outras gerações nas empresas, os líderes ditatoriais estão desaparecendo, dando lugar a líderes que constroem parcerias — uma mudança nítida no estilo de liderança.
Os Baby Boomers valorizam a estabilidade no emprego, o trabalho árduo e a lealdade à empresa. Esta geração é conhecida por sua forte ética de trabalho e dedicação, muitas vezes ocupando posições de liderança e atuando como mentores para as gerações mais jovens. Eles cresceram em meio a grandes mudanças sociais, enfrentaram inquietações sociais e viveram a época das mais altas taxas de divórcio da história.
Embora os Baby Boomers não tenham crescido em um mundo digital, muitos se adaptaram ao uso de novas tecnologias. No entanto, a velocidade das inovações tecnológicas pode representar um desafio, exigindo aprendizado contínuo e constante adaptação. Nas empresas de tecnologia, essa geração traz uma perspectiva valiosa, combinando experiência com uma visão crítica sobre os impactos a longo prazo das inovações.
No setor financeiro, a experiência dos Baby Boomers é ainda mais evidente. Eles presenciaram diversas crises econômicas e têm um profundo entendimento dos ciclos de mercado. Sua habilidade em tomar decisões ponderadas e resistir a mudanças impulsivas são qualidades altamente valorizadas. Além disso, muitos ocupam cargos estratégicos, moldando as direções financeiras das empresas.
Uma tendência crescente é a colaboração entre Baby Boomers e gerações mais jovens. No setor de tecnologia, essa integração pode resultar em inovações mais bem informadas e em soluções que equilibram tradição e modernidade. No setor financeiro, a combinação de sabedoria e novas perspectivas pode levar a estratégias mais equilibradas e resilientes.
Os Baby Boomers enfrentam o desafio de se manterem atualizados em um mercado de trabalho que valoriza cada vez mais habilidades digitais. Por outro lado, suas décadas de experiência e conhecimento institucional os tornam indispensáveis, especialmente em áreas que exigem tomada de decisão estratégica e visão de longo prazo.
Os Baby Boomers continuam a ser uma força importante no mercado de trabalho, especialmente nas áreas de tecnologia e finanças. Sua experiência e dedicação complementam as habilidades tecnológicas e a inovação trazidas pelas gerações mais jovens. A colaboração intergeracional é essencial para que as empresas tirem o melhor proveito de todas as gerações presentes em seu quadro de funcionários.
No próximo artigo, vamos continuar explorando a Geração X no mercado de trabalho, com foco em tecnologia e finanças.
Se você quiser saber mais sobre a geração Baby Boomers, recomendo o livro “Baby Boomers, X e Y: a diversidade de gerações nas organizações”, de Juliana Jaeschke e Enise Barth.