O 28ª Global CEO Survey, da PwC, revela a divergência entre os CEOs que compreendem a urgência de reinventar seus modelos de negócio e aqueles que ainda apostam em ajustes marginais, na esperança de que a tempestade da disrupção passe sem grandes danos. A IA generativa não é uma onda passageira, mas sim um tsunami que reconfigura paisagens econômicas e redefine as dinâmicas de valor. Para os líderes que hesitam, restam apenas duas opções: acelerar o ritmo da reinvenção ou arriscar-se ficar para trás.
Menos de dois anos após ter entrado no radar corporativo, a IA generativa já exibe resultados tangíveis. No Brasil, segundo o levantamento, 52% dos CEOs relatam ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários, 34% observam aumento de receita e 31% identificam maior lucratividade. Porém, apesar dos benefícios iniciais, 60% das empresas ainda não traduziram a adoção da IA em resultados financeiros concretos.
Curiosamente, menos da metade dos CEOs brasileiros planeja integrar a IA em suas estratégias para a força de trabalho, refletindo a crença de que a tecnologia, por si só, é suficiente para garantir vantagem competitiva. Entretanto, o verdadeiro diferencial competitivo emerge da sinergia entre IA e inteligência humana. Capacitar profissionais para compreender, interpretar e maximizar o uso da IA é tão crucial quanto a própria implementação da tecnologia.
Em um horizonte de três anos, 69% dos CEOs brasileiros planejam integrar a IA em plataformas tecnológicas e 56% em processos de negócios e fluxos de trabalho. Esses números são promissores, mas a verdadeira questão não é quando as empresas adotarão a IA, e sim como elas farão isso.

Os AI agents estão revolucionando o cenário empresarial, indo além das funções tradicionais de chatbots ao assumir responsabilidade por tarefas complexas de forma autônoma. Organizações de diversos setores já incorporam esses agentes com o objetivo de otimizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional. No entanto, assim como em todas as inovações que impactam o mercado, a implementação desses sistemas autônomos também traz desafios significativos, especialmente em relação à segurança e à supervisão.
Casos de uso de AI agents
Abaixo, divido casos de uso de AI agents reais de grandes corporações e o que eles têm a nos ensinar, segundo o The Wall Street Journal:
- Cosentino: A fabricante de superfícies espanhola substituiu funções administrativas inteiras por uma “força de trabalho digital” composta por AI. Com isso, conseguiu liberar recursos humanos para se concentrarem em atividades mais estratégicas.
- Deutsche Telekom: A operadora de telecomunicações utiliza um agente denominado askT para responder a perguntas dos colaboradores sobre políticas internas e para executar tarefas administrativas, como solicitações de férias, aumentando assim a eficiência do departamento de RH.
- eBay: No segmento de e-commerce, o eBay emprega AI agents para a escrita de códigos e a automação de campanhas de marketing. A estrutura estabelecida permite que esses agentes aprendam com as interações dos colaboradores, promovendo um aprimoramento contínuo.
- Johnson & Johnson: A empresa de saúde utiliza agentes de IA para acelerar a descoberta de medicamentos, otimizando processos químicos complexos. Esses agentes, em conjunto com técnicas de aprendizado de máquina e digital twins, são essenciais para determinar o momento ideal em etapas críticas da produção farmacêutica.
- Moody’s: Especializada em análise financeira, a empresa implementou um sistema multiagente para realizar análises de mercado e avaliações de risco. Um aspecto notável é que esses agentes podem discordar entre si, o que enriquece a análise dos dados, promovendo uma visão mais crítica e diversificada.
Apesar do imenso potencial de eficiência, a utilização de AI agents também apresenta desafios. De acordo com o Gartner, até 2028, 15% das decisões comerciais diárias serão tomadas por IA, e 25% das violações de segurança corporativa estarão relacionadas ao uso inadequado desses agentes. /
Empresas que investem em supervisão humana eficaz, protocolos de segurança robustos e treinamento contínuo de seus sistemas de IA obterão os melhores resultados. A chave para o sucesso reside no equilíbrio entre autonomia e controle na adoção da IA utilizando-a de forma consciente.