Haverá espaço para Big Techs e Bancos no segmento de serviços bancários? Ou a concorrência fará com que uns eliminem outros, com poucos e poderosos sobreviventes ao final?
Há algum tempo, aqui mesmo no blog, falamos sobre as Big Techs e já naquela oportunidade sinalizamos que elas estariam cada vez mais presentes no setor de serviços bancários.
Pois o tempo está se encarregando de confirmar essa tendência e, em consequência, colocar na pauta um questionamento sobre o futuro dos serviços bancários e dos próprios bancos.
As Big Techs tomarão o lugar dos bancos? Os bancos reagirão superando as Big Techs na oferta de serviços? Ou eles buscarão parcerias que sejam interessantes para ambas as partes? Confira a seguir.
As Big Techs estão chegando
Recentemente, as principais Big Techs do mercado anunciaram produtos ou projetos ligados ao setor financeiro. Vejamos:
- O Facebook lançou sua moeda digital, a Libra;
- A Apple anunciou um cartão de crédito em parceria com o Goldman Sachs, ofertando em um único mês um montante de 10 bilhões de dólares em linhas de crédito;
- O Google, em parceria com o Citibank, anunciou que passaria a ofertar contas de depósito;
- O mesmo fez a Amazon, em parceria com o JP Morgan.
Não seria esse o início de uma “invasão” das Big Techs ao mercado financeiro?
Em certo sentido, a impressão de “invasão” está correta e é algo até natural. Afinal, as Big Techs estão apenas estendendo ao mercado financeiro algo que elas sabem fazer como ninguém: lidar com o público, principalmente o público mais jovem, afeito ao consumo de serviços digitais.
As Big Techs podem então vir a substituir os bancos?
As Big Techs não vão substituir os bancos
É seguro afirmar que tomar o lugar dos bancos não está nos planos das Big Techs, simplesmente porque não há interesse nisso. As Big Techs não desejam, por exemplo, ter de se submeter a algo que elas não veem com bons olhos: o excesso de regulamentações.
Para que um banco possa operar em determinado mercado, a autoridade monetária local estabelece desde exigências sobre a constituição da empresa até auditorias e monitoramentos constantes de suas atividades.
Nos Estados Unidos, por exemplo, um banco médio está sujeito a uma regulamentação cinco vezes maior que a de uma empresa de tecnologia. E tudo o que as Big Techs querem é: ofertar serviços, alcançar, atrair e reter mais público.
Mas é possível sustentar uma oferta de serviços bancários sem ser um banco?
Nada como uma boa parceria
Para as Big Techs, os bancos não são grandes concorrentes a serem batidos. Ao contrário, os bancos podem ser grandes parceiros, fornecedores da matéria-prima a ser ofertada e, mais que isso, garantidores do processo junto às autoridades monetárias.
Os exemplos citados no início do post ilustram bem o caminho escolhido. A Apple associou-se ao Goldman Sachs, o Google ao Citibank e a Amazon ao JP Morgan.
Mas, e para os bancos, esse tipo de parceria é interessante?
Definitivamente, sim. Imagine quanto um banco teria que investir para construir uma plataforma minimamente capaz de concorrer com um Google ou uma Amazon!
Com a parceria, os dois lados evitam o desgaste de ter de lidar com desafios desnecessários e dirigem seu foco para aquilo que eles melhor sabem fazer, um potencializando o esforço do outro.
Nessa parceria entre Big Techs e Bancos, os bancos seriam fornecedores de soluções financeiras, enquanto as Big Techs as repassariam ao grande público, possivelmente usando sua própria marca (e não a do banco fornecedor).
Cabe ressaltar que, em outros contextos, as Big Techs podem ser fornecedoras e os bancos, seus clientes (mais uma razão para que Big Techs e Bancos não se vejam como concorrentes).
Para as Big Techs, a oferta de contas virtuais, cartões de crédito/débito e outros produtos permitirá fidelizar ainda mais seu público. Para os bancos, é uma grande oportunidade de ampliar mercados. E para o público, tudo resultará em melhores experiências na aquisição de soluções bancárias.
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