Considerada uma iniciativa importante no setor financeiro, a regulamentação do BaaS pelo Banco Central irá moldar o cenário para instituições que oferecem Banking as a Service. Com as novas diretrizes, bancos e fintechs passarão a contar com normas mais claras, elevando a segurança jurídica no setor.
As novas regras que regulamentam esse mercado também abrem espaço para a inovação, além de trazer novas oportunidades e alguns desafios. Os consumidores também serão afetados pela regulamentação pelo BC, passando a ter acesso a serviços mais seguros e personalizados.
Continue lendo e veja a seguir mais detalhes sobre a evolução do BaaS e as vantagens desse modelo para o setor financeiro. Além disso, confira também como funcionará a regulamentação do BaaS anunciada recentemente pelo Banco Central e seus impactos nesse mercado.
Entendendo o conceito de BaaS
O Banking as a Service, ou BaaS, consiste em um modelo que possibilita ofertar serviços financeiros integrados através de APIs e soluções modulares.
Desse modo, empresas não financeiras podem disponibilizar diferentes produtos bancários aos seus clientes, bem como atender demandas financeiras internas, com total flexibilidade. E o mais importante, sem necessitar de uma infraestrutura bancária completa para isso.
A evolução do BaaS no setor financeiro
Desde o seu surgimento, o BaaS se expandiu de forma significativa no mercado financeiro. Inicialmente, esse modelo limitava-se a intermediar serviços básicos, como pagamentos e emissão de cartões.
Agora, impulsionado pela transformação digital e tecnológica, aliada a importantes avanços regulatórios, o BaaS abrange uma gama completa de serviços. Desde KYC (Know Your Customer) e gestão de contas, até concessão de créditos, seguros, investimentos, entre outros serviços bancários.
Essa evolução acabou trazendo novas oportunidades para o mercado financeiro. Com o BaaS, mais empresas passaram a ter autonomia sobre suas transações financeiras, além de garantir operações mais eficientes e seguras aos seus clientes. Além disso, graças a flexibilidade e escalabilidade promovida por esse modelo de serviço, bancos e fintechs agora têm a oportunidade de expandir e se adaptar rapidamente a novos cenários.
Ou seja, ao longo dos anos, o BaaS acabou se transformando em um importante motor de inovação, especialmente para instituições que primam pela oferta de uma experiência personalizada aos clientes e maior competitividade de mercado. Atualmente a previsão de crescimento do mercado de BaaS é de 26,60%, passando de 5,32 bilhões de dólares para 14,72 bilhões de dólares até 2029.
Principais vantagens do BaaS no mercado financeiro
O modelo BaaS é uma inovação que está transformando o setor financeiro, trazendo consigo avanços e melhorias que se refletem em importantes benefícios.
Para empresas não financeiras, a plataforma BaaS possibilita a oferta personalizada de uma enorme variedade de serviços bancários. Isso proporciona mais eficiência no fornecimento de serviços financeiros, além da oferta de soluções que se adequam perfeitamente aos objetivos e necessidades do seu público-alvo. Como resultado, isso também ajuda a proporcionar uma experiência mais dinâmica e satisfatória ao cliente.
O Banking as a Service também é uma inovação que garante processos completos, integrados e 100% online, o que resulta em mais praticidade e segurança para as operações financeiras. Essas melhorias operacionais também proporcionam novas oportunidades de negócio, elevando a rentabilidade das empresas em diferentes ramos do mercado.
Para os clientes, algumas das vantagens que o uso de plataformas BaaS podem oferecer incluem a diversidade e maior conveniência no acesso aos serviços bancários, somada a medidas robustas de segurança cibernética que garantem transações mais confiáveis e seguras.
Regulamentação do BaaS
Recentemente o Banco Central anunciou a implementação de diretrizes para regulamentação do Baas no Brasil. O objetivo com isso é padronizar as práticas de Banking as a Service no mercado financeiro, além de garantir maior transparência e segurança nesse ecossistema.
Como irá funcionar?
Basicamente, a regulamentação do BaaS irá se submeter a uma consulta pública, divulgada pelo Banco Central, que coletará sugestões de aprimoramentos gerais da proposta do ato normativo. Outro ponto de interesse na recepção de opiniões do público diz respeito aos prazos necessários para adequação dos contratos atualmente em vigor aos dispositivos da futura norma, tendo em vista a complexidade e diversidade dos modelos de negócio subjacentes.
O prazo para o encaminhamento de sugestões se encerra em 31 de janeiro de 2025 e a consulta pública pode ser acessada no site do BC.
Assim, esse modelo, juntamente com outros que também estão em discussão, como a tokenização de ativos e a regulamentação de criptoativos, serão analisados e moldados para se encaixar em um único contexto regulatório.
No geral, ainda não existe um conjunto de regras definidas pelo BC para regulamentação do BaaS. Contudo, alguns pontos ajudarão a nortear a consulta pública para entrada em vigor da norma regulatória do mercado de BaaS. Isso inclui desde segurança cibernética, até prevenção de fraudes e lavagem de dinheiro, adequação das operações de BaaS à LGPD e à Lei do Sigilo Bancário, limites dos provedores de BaaS, entre outros temas.
Com as medidas, o BC espera contribuir para a estabilidade e eficiência do sistema financeiro, ao definir claramente as responsabilidades das empresas envolvidas e a compatibilidade dos modelos de negócio ao arcabouço normativo aplicável.
Impactos da regulamentação do BaaS
A regulamentação do BaaS certamente irá promover algumas mudanças significativas no mercado financeiro no Brasil.
Um dos principais impactos consiste na necessidade das instituições adequarem seus processos, adotando padrões rigorosos de segurança e conformidade regulatória. Essa mudança ampliará a segurança dos serviços financeiros, prevenindo ações fraudulentas e otimizando a proteção dos dados.
A regulamentação do BaaS também levará maior transparência às operações financeiras, elevando a confiabilidade dos usuários e investidores no mercado de BaaS. Essas mudanças não só irão estimular a competitividade no setor, acelerando o desenvolvimento de novos serviços e soluções financeiras, como também irá promover maior inclusão financeira e desenvolvimento econômico.
Certamente a regulamentação do BaaS trará consigo muitas oportunidades e também desafios ao mercado financeiro. Por isso, empresas digitais e fintechs que queiram expandir suas operações com o BaaS, precisam adaptar seus sistemas e práticas para atender às novas diretrizes. Somente assim será possível manter a competitividade e elevar sua credibilidade no setor.