Os ativos digitais prometem revolucionar o setor financeiro: descubra o que é a tokenização e quais são as suas promessas
Muito tem se falado em tokenização de ativos: se, há alguns anos, a digitalização de ações parecia uma realidade muito distante, hoje o mercado financeiro já a encara como tendência e se prepara para recebê-la.
A expectativa do setor é que a tokenização democratize investimentos – esse modelo permitirá o acesso de pequenos investidores a ativos de maior performance, porque será menos burocrático e não exigirá alto custo inicial para investimentos de maior rentabilidade.
Descubra, abaixo, o que é a tokenização de ativos e as suas maiores vantagens.
O que é tokenização de ativos
Tokenização é a transformação de um ativo real em um ativo digital – na prática, um token é a representação digital de um ativo físico. Ou seja, é o processo de criar um registro digital de determinado ativo em um banco de dados “descentralizado” vinculado à blockchain.
Atualmente, alguns ativos já podem ser tokenizados. A tecnologia é bastante utilizada em operações envolvendo criptomoedas, mas também é usada no ramo imobiliário e na negociação de obras de arte e de metais preciosos, por exemplo. Ativos intangíveis também entram na tokenização: NFTs, ações de empresas, patentes, propriedades intelectuais e royalties, entre outros.
Na prática, o token pode ser, por exemplo, um investimento em renda fixa (leia mais abaixo), um fundo de investimento ou um precatório.
Esse conceito está em vias de ser regulado pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que supervisiona testes de grandes instituições em Sandbox, um ambiente destinado a inovações e testes de implementação.
O mercado de capitais também recebe os tokens ainda em fase de teste: em junho, a tokenização chegou oficialmente ao mercado, com uma emissão de debêntures e de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). O início da operação se deu no âmbito de Sandbox da CVM.
A tokenização em renda fixa
Os tokens de renda fixa estão chegando como uma alternativa para quem quer aderir à digitalização, mas sem sofrer com a volatilidade típica das criptomoedas. Em vez de altos ganhos, os tokens (ou criptos) de renda fixa focam em retorno menor, mas garantido.
Nessa modalidade, os ativos também são emitidos na blockchain e são lastreados em investimentos que, geralmente, são comercializados no mercado financeiro tradicional. Existem, por exemplo, tokens de recebíveis, de consórcios, precatórios e energia.
Na tokenização de renda fixa, o emitente tem captação maior e o comprador tem a possibilidade de taxas mais atraentes, porque, com a tecnologia, as empresas conseguem eliminar intermediários e reduzir custos de emissão.
As vantagens da tokenização
A tokenização de ativos promete trazer benefícios ao mercado financeiro: tanto investidores quanto emitentes podem aproveitar as vantagens. Confira, abaixo, as principais:
- Redução de custos
A tecnologia permite que muitos processos sejam automatizados – com isso, a manutenção é feita de modo transparente e os custos são reduzidos. Segundo pesquisa do HSBC, é gerada uma economia de 90% na emissão de títulos. Um estudo feito pela empresa Entoro mostra que o custo de captação de recursos pode ser 40% menor, quando comparado às alternativas privadas.
- Transparência e segurança
A blockchain é transparente e imutável. Com ela, é possível ter visibilidade de todas as movimentações e históricos. Assim, os riscos são reduzidos, pois é possível programar e gerenciar requisitos complexos de conformidade diretamente no token.
- Praticidade e acessibilidade
A tokenização dá as boas-vindas a pequenos investidores, que podem ter acesso a ativos de alta performance, que, até então, só estavam ao alcance de grandes empresas e investidores com maior capital. Além disso, o mercado de criptoativos permite a negociação e transferência de fundos 24h por dia, todos os dias da semana, em todo o mundo. Tudo é feito por meio da blockchain, de forma descentralizada, automatizada e segura – o que oferece muito mais praticidade.