O mercado de consórcio vem se tornando o principal caminho dos brasileiros que visam adquirir bens e serviços. Afinal, vivemos em um cenário com altas taxas de juros, créditos escassos e endividamento familiar em alta. Diante disso, o consórcio surge como uma alternativa mais acessível para a compra de bens, sobretudo de alto valor.
Nos últimos anos, essa modalidade vem apresentando números animadores em relação ao índice de inadimplência. Mesmo com a ampla adesão, a inadimplência no mercado de consórcio segue em baixa. Apesar disso, o risco ainda existe e, portanto, é uma questão que deve ser monitorada de perto.
Veja a seguir mais detalhes sobre o mercado de consórcio no Brasil e o risco de inadimplência no setor. Entenda também o que fazer para prevenir esse cenário!
O mercado de consórcio no Brasil
O consórcio é definido pelo Banco Central como um tipo de “autofinanciamento”. Nessa modalidade, pessoas físicas ou jurídicas se reúnem em grupos para formar uma espécie de “poupança conjunta”. Para isso, cada membro do consórcio paga parcelas periódicas que viabilizam a compra de bens ou serviços.
Tanto o valor, quanto o prazo de pagamento das parcelas são definidos em contrato firmado junto à administradora encarregada pelo consórcio. Ao ser contemplado, o consorciado recebe uma carta de crédito para adquirir o item desejado.
No Brasil, o mercado de consórcio encontra-se em vasta expansão. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio, só no 1º bimestre de 2023, o setor apresentou crescimento acima de 20%. De janeiro a abril deste ano, houve a comercialização de um volume de crédito que ultrapassou a casa dos R$89 bilhões.
Esse resultado é considerado o melhor do mercado nos últimos 10 anos e reflete a maturidade financeira do consumidor atual.
Como é a inadimplência no mercado de consórcio?
Outro ponto que chama atenção em relação ao mercado de consórcio é o recuo no índice de inadimplência nos últimos anos.
Segundo dados do Panorama do Sistema de Consórcios publicado pelo Banco Central, de 2015 a 2020, a taxa de inadimplência caiu 32%. Uma redução que segue na contramão do número de consorciados que, no mesmo período, aumentou 9,2%, chegando a 7,83 milhões.
Em 2022, o mercado de consórcio registrou índices de inadimplência abaixo dos 28,6%. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Dados como esses refletem um cenário otimista em relação ao mercado de consórcio e a inadimplência. Apesar disso, é importante ter em mente que o consórcio não é um investimento, mas uma dívida programada.
E mesmo que seja uma operação com baixo risco de endividamento, a possibilidade de inadimplência ainda existe. Sobretudo porque o desemprego somado à alta da inflação e queda no poder de compra do trabalhador muitas vezes obrigam o consumidor a adotar comportamentos que o levam à inadimplência. Portanto, é uma condição que precisa ser acompanhada de perto pelas administradoras e consorciados.
Como evitar inadimplência neste mercado?
Evitar a inadimplência no mercado de consórcio é possível. Mas, para isso, é importante incluir mais recursos tecnológicos para apoiar as iniciativas no setor.
Além disso, também é necessário dispor de mecanismos eficientes para renegociação de dívidas junto aos inadimplentes, pois, apesar deste mercado apresentar uma baixa taxa de inadimplência, ela não é inexistente.
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