No ritmo em que a tecnologia avança, chegará o momento em que teremos à disposição tudo como serviço.
Mais do que força de expressão, “tudo como serviço”, ou “Everything as a Service” (XaaS), é uma referência já utilizada para designar o conjunto de serviços de TI passíveis de disponibilização no modelo “as a Service”, cada vez mais popular.
Em relação à nomenclatura, a letra X é uma referência à linguagem da matemática, que normalmente a associa à ideia de “qualquer valor”, ou seja, “tudo”. Em alguns círculos, XaaS também é conhecido como ITaaS, ou seja, “Information Technology as a Service” (Tecnologia da Informação como Serviço).
Assim, cabe perguntar:
- O que é o modelo “as a Service”?
- Que serviços cabem nele?
- Por que e como adotá-lo?
No post de hoje, vamos explorar um pouco mais esse universo de possibilidades. Confira!
O que é o modelo “as a Service”
O modelo “as a Service” está muito ligado ao advento da computação em nuvem (cloud computing) e representa uma substancial evolução em termos de atendimento das necessidades de consumo de serviços de TI.
Com a nuvem, mais e melhores recursos tecnológicos tornaram-se disponíveis e acessíveis, a ponto de justificar, para muitas empresas, a substituição da aquisição de hardware e software próprios.
Para completar, o modelo “as a Service” tornou possível o consumo de serviços de TI “sob demanda”, racionalizando ainda mais os custos com tecnologia e proporcionando, de forma relativamente simples, uma solução de escalabilidade para eventuais necessidades.
A mudança para um modelo de consumo sob demanda está também relacionada a uma transformação mais geral, de caráter cultural, em que se percebe o valor não pela propriedade, mas pelo uso de um bem (no caso, um recurso de TI).
Como resultado, temos um grande e crescente número de empresas adotando soluções como SaaS (Software as a Service), IaaS (Infrastructure as a Service) ou PaaS (Platform as a Service), entre outras.
As três modalidades de serviços citadas acima são as mais básicas dentro do conceito “as a Service”, conhecidas pela sigla SPI (Software, Platform, Infrastructure).
SaaS (Software as a Service)
Em SaaS (Software as a Service), temos a disponibilidade de um grande número de aplicações, em versões atualizadas, as quais podem ser utilizadas sem a necessidade de aquisição nem de instalação.
Essa modalidade de serviço engloba aplicações das mais variadas naturezas, como:
- Ferramentas de e-mail;
- Utilitários como o Google Drive, o Dropbox, a Netflix e o PayPal;
- Aplicações corporativas para CRM, Contabilidade, RH;
PaaS (Platform as a Service)
Para necessidades que exijam mais que apenas a utilização de determinados softwares, PaaS (Platform as a Service) fornece um ambiente com a combinação adequada de recursos de TI.
Dependendo das condições de contratação do serviço, o cliente pode ter algum grau de autonomia para configurar o ambiente e responsabilizar-se pela sua manutenção.
Alguns exemplos conhecidos de soluções PaaS são a AWS da Amazon e o Azure da Microsoft, ambos com uma ampla variedade de aplicações disponíveis.
Há também soluções PaaS de caráter mais específico. Por exemplo, a Simply, empresa que atua há mais de 10 anos na área de TI, fornece plataformas com aplicações para captura de dados, análise eletrônica de documentos e automação de processos, atendendo a clientes de diferentes áreas, como finanças, saúde e seguros, entre outros.
IaaS (Infrastructure as a Service)
Já o IaaS (Infrastructure as a Service), como o próprio nome indica, fornece uma infraestrutura de TI sobre a qual o cliente tem autonomia para instalar e utilizar as aplicações de que precisa.
As soluções AWS (Amazon) e Azure (Microsoft) também podem ser contratadas apenas como infraestrutura.
Estendendo o modelo
Atualmente, há um número crescente de serviços sendo adaptados ao modelo “as a Service”, alguns deles bastante específicos. Como exemplos, podemos citar:
- NaaS (Network as a Service): de forma simples e direta, conecta o usuário a uma série de serviços disponíveis em nuvem;
- DaaS (Desktop as a Service): dá ao usuário um desktop virtual, com toda a parte de armazenamento, backup e segurança a cargo do provedor;
- STaaS (Storage as a Service): fornece espaço para armazenamento de dados, os quais são mantidos de forma segura e facilmente acessíveis para usuários autorizados;
- WaaS (WLAN as a Service): refere-se à oferta de conexões wireless (WiFi);
- CaaS (Containers as a Service): muitas aplicações são desenvolvidas e executadas dentro de containers, como forma de eliminar possíveis incompatibilidades existentes de um ambiente para outro;
- CaaS (Communication as a Service): também utilizando a sigla CaaS, encontramos serviços de comunicação como VoIP (Voz sobre IP), ACD (Distribuição Automática de Chamadas), PBX (Troca Automática de Ramais Privados), videoconferências, troca de mensagens via internet e outros;
- DRaaS (Recuperação de desastres como serviço): fornece uma réplica dos servidores de rede, pronta para entrar em operação, caso o ambiente original sofra algum dano;
Se de um lado provedores de serviços básicos de TI podem oferecer soluções “as a Service” para as empresas, de outro, as próprias empresas podem criar esse tipo de solução para seus consumidores finais.
Um bom exemplo é o Banking as a Service (BaaS), em que empresas oferecem pacotes de serviços bancários combinando API’s de diferentes fornecedores.
Por que XaaS?
Em termos práticos, o que significa adotar o modelo XaaS? Quais são os benefícios que ele traz? Que cuidados tomar para a sua adoção?
De uma forma geral, XaaS representa hoje a melhor forma de maximizar as vantagens que a computação em nuvem pode oferecer. Mais que isso, adotá-lo como modelo operacional direciona a TI ainda mais para a sua posição como parte estratégica de qualquer negócio.
XaaS se reveste ainda de um caráter democrático, na medida em que dá às pequenas e médias empresas o acesso ao mesmo ferramental com o qual as grandes empresas já contam. Isso significa também fácil acesso a quem quiser iniciar um empreendimento.
Adotando o conceito de tudo como serviço
Dependendo do estágio de desenvolvimento da cultura da empresa, implantar um modelo operacional de TI baseado em XaaS pode ser mais ou menos imediato.
Consumir tudo como serviço significa rever a relação da empresa com seus fornecedores. Produzir tudo como serviço significa rever a relação da empresa com seus clientes. E em ambos os casos, é preciso rever a relação da empresa consigo mesma, sua cultura e seus processos.
Concluindo, para as empresas e para os profissionais de TI, acompanhar a evolução de XaaS passa a ser uma importante medida para um reposicionamento no mercado.
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