As ferramentas Large Language Models (LLMs) e as técnicas baseadas em Multiagents estão redefinindo como processos financeiros são gerenciados, oferecendo maior eficiência, precisão e escalabilidade.
Em um setor onde a fragmentação de processos e a lentidão são gargalos corriqueiros, essas tecnologias se destacam ao orquestrar operações complexas. No relatório 2025 UiPath AI and Automation Trends, da UiPath, a McKinsey relatou que os agentes de IA ajudaram um grande call center a diminuir, por hora, 14% a mais de problemas, por exemplo.
De acordo com a LangChain, 78% dos profissionais já utilizam agentes de IA em suas atividades, com destaque para tarefas como pesquisa e resumo de informações (58%) e produtividade pessoal (53,5%). Empresas de médio porte, em especial, estão acelerando a adoção dessas ferramentas, reconhecendo seu potencial para otimizar operações e elevar a eficiência.
Tratando-se de processos financeiros, a fragmentação e lentidão são resultados de sistemas que dependem de intervenções humanas e fluxos baseados em RPA (Automatização Robótica de Processos). Embora eficazes em tarefas repetitivas, RPAs não têm flexibilidade ou capacidade de adaptação. Aqui, entram as técnicas de Multiagents, que permitem distribuir tarefas entre agentes especializados em diferentes áreas do fluxo de trabalho. Por exemplo, em uma operação de reconciliação de pagamentos, diferentes agentes podem processar simultaneamente etapas, entre elas a validação de dados, verificação de transações e consolidação de relatórios.
As LLMs, por sua vez, atuam como hubs centralizados, interpretando dados e instruções de múltiplos agentes e garantindo uniformidade nas respostas. Essa combinação é especialmente eficaz em operações como concessão de crédito, em que é necessário considerar tanto o histórico financeiro do cliente quanto dados atualizados em tempo real. Enquanto agentes processam partes específicas do fluxo, as LLMs conectam as informações, assegurando que as decisões sejam consistentes e baseadas em contexto amplo.
A integração de LTC (Long-Term Context) e EDA (Event-Driven Architecture) também é uma solução poderosa para problemas de sincronização e validação. O LTC considera o histórico completo de transações ou perfis, e a EDA permite reações em tempo real a novos eventos, como alterações em perfis de risco ou movimentos do mercado. Essa combinação otimiza fluxos críticos como análise de crédito ou negociação de ativos, garantindo maior eficiência e precisão.
Impactos na transição de RPAs para agentes inteligentes
Na minha visão, a transição de RPAs para agentes inteligentes representa um salto em termos de flexibilidade e capacidade adaptativa. As RPAs seguem fluxos pré-programados e são suscetíveis às limitações de regras fixas. Já os agentes inteligentes são projetados para interpretar dados em tempo real, aprender com padrões históricos e adaptar-se a mudanças regulatórias ou operacionais sem necessidade de reprogramação manual.
Essa capacidade é especialmente relevante em setores financeiros que lidam com grandes volumes de dados complexos e fragmentados. Agentes inteligentes podem não apenas consolidar informações de múltiplas fontes, mas também validar inconsistências automaticamente, o que impacta na redução dos erros humanos e potencializa a precisão. Em sistemas de concessão de crédito, por exemplo, agentes podem cruzar dados financeiros do cliente com análises de risco em tempo real, ajustando decisões de forma dinâmica conforme novas informações surgem.
A integração de agentes inteligentes com APIs financeiras e crawlers automáticos também garante bases de dados atualizadas e confiáveis. As APIs fornecem dados padronizados e seguros. Já os crawlers automatizam a coleta de informações de fontes externas não estruturadas, como sites regulatórios ou relatórios públicos. Essa sinergia assegura que as decisões financeiras sejam tomadas com base em informações atualizadas.
Desafios e oportunidades dos sistemas generativos no mercado financeiro
Adotar sistemas generativos em larga escala no setor financeiro apresenta desafios, como garantir conformidade regulatória, mitigar vieses em modelos e gerenciar custos de implementação e operação. No entanto, as oportunidades superam amplamente os desafios. Sistemas generativos podem automatizar tarefas como relatórios financeiros, previsão de tendências de mercado, identificação de anomalias em transações e sugestão de estratégias de mitigação de riscos.
Combinados com agentes inteligentes e LLMs, sistemas generativos têm o potencial de transformar completamente a gestão financeira. Empresas podem não apenas reduzir custos e aumentar a precisão, mas também ganhar uma vantagem competitiva significativa ao antecipar tendências e reagir rapidamente às mudanças do mercado.
Essas tecnologias estão pavimentando o caminho para um setor financeiro mais inovador, ágil e resiliente, preparado para enfrentar as intempéries de um mercado em constante evolução. Conforme isso acontece, desenvolver agentes de IA confiáveis e bem estruturados se torna um diferencial competitivo essencial. Quem estiver na vanguarda desse movimento não apenas abre caminho para novas inovações no campo da inteligência artificial, mas também estabelece os padrões que vão orientar o futuro da automação nos negócios.