Karine Nogueira, Luciana Marcelino e Renata Coutinho compartilham suas trajetórias e falam sobre soluções de combate à desigualdade de gênero no mercado de trabalho
As mulheres têm conquistado seu espaço em diferentes âmbitos da sociedade. No mercado de trabalho, nas ciências, na política e nos esportes, é cada vez mais comum vermos mulheres em posição de destaque. O Dia Internacional da Mulher, celebrado no 8 de março, traz muitas conquistas, mas também muitos desafios a serem vencidos.
Isso porque, apesar dos avanços, o mercado de trabalho ainda traz algumas amarras às profissionais. A depender da área, elas são preteridas quando competem com homens, mesmo tendo as mesmas, ou até mais, qualificações. Outro obstáculo está no próprio crescimento profissional: não são todas as empresas que incentivam o desenvolvimento de lideranças femininas.
As mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela Grant Thornton em 2022. O resultado do levantamento apresentou uma pequena queda em relação ao estudo de 2021, quando 39% das mulheres estavam em cargos de liderança.
Os números mostram, portanto, que reduzir as disparidades de gênero que ainda persistem no mercado de trabalho e impedem mulheres de avançar é urgente. Essa opinião é unânime entre 3 lideranças femininas da Sinqia, que foram convidadas a compartilhar a sua história profissional e opinião sobre os desafios das mulheres no mercado de trabalho. Confira:
Karine Nogueira, Diretora de Serviços na Sinqia
Karine Nogueira construiu toda a sua trajetória profissional na área de tecnologia. Iniciou no mercado de trabalho como estagiária em recrutamento e seleção, na área de Recursos Humanos de uma empresa de tecnologia, onde era responsável por selecionar e contratar profissionais para atuar em projetos de consultoria.
Por conta dessa função, a executiva acabou se aproximando muito das necessidades dos clientes e construindo uma relação de confiança. “Eu fui me envolvendo muito no business do cliente, aprendendo as suas necessidades, o que me deu um viés comercial muito grande”, conta.
Karine então viveu uma migração de carreira, passando a atuar em funções da área comercial. Ela chegou na Sinqia em 2011 e continuou nessa trajetória, até assumir a área de operação. Hoje, ela é Diretora de Serviços na companhia.
Sobre o mercado de trabalho da área de tecnologia e financeiro, a profissional afirma que se trata de um segmento ainda bastante masculino. “Eu precisei me provar muitas vezes para o cliente, que atrás de um rosto, de um perfil feminino, existia um conhecimento. Muitas vezes, esse ‘provar’ é muito mais custoso do que para um homem”, conta a executiva.
Outra dificuldade que Karine relata em sua trajetória neste mercado é a própria conexão com seus colegas de trabalho. “É muito mais moroso e dificultoso para as mulheres do que para um homem, que já está inserido em um ambiente masculino. Por isso, sempre busquei ter muito conhecimento, porque a gente precisa se provar o tempo inteiro”, completa.
Para Karine, uma das soluções para esse cenário é justamente a contratação de mais mulheres. A executiva afirma que as empresas precisam ter metas claras e objetivos consistentes no desenvolvimento da carreira da mulher.
“Ainda existe o machismo cultural, que está inserido na nossa sociedade, e quando não temos metas claras para que esse desenvolvimento ocorra dentro de uma organização, o público masculino continuará prevalecendo”, afirma.
Luciana Marcelino, Gerente de Sistemas Sênior da Sinqia
Luciana Marcelino começou a sua carreira na área de tecnologia como desenvolvedora e programadora. A líder conta que passou por todos os níveis da área de TI até atingir cargos de coordenação e gerência. Segundo ela, o crescimento profissional sempre foi uma meta em sua vida.
“Foi na Sinqia onde consolidei minha carreira de fato. Eu fui desde programadora até gestora sênior”, conta Luciana, que hoje é Gerente de Sistemas Sênior na Sinqia.
Ao retomar a sua trajetória profissional, Luciana revela que a primeira vez que teve chefe mulher foi na Sinqia, com a Diretora da vertical de Previdência, Renata Coutinho.
“Ela foi a minha primeira gestora mulher que eu fiquei subordinada na minha trajetória toda, que tem mais de 20 anos. No mercado financeiro, sempre foram homens”, completa a executiva. “Na Sinqia, nunca tive dificuldades, nunca fui desrespeitada por ser mulher, pelo contrário, fui sempre muito valorizada”, completa.
Ter uma gestora mulher fez diferença na carreira de Luciana. “As lideranças femininas, acabam tendo um olhar mais sensível para com as outras mulheres. A minha gestora está sempre preocupada com o meu crescimento profissional. É como se ela tivesse um cuidado especial com o meu crescimento. A Renata me proporciona a inclusão e me puxa para cima”, conta.
Para ela, uma das principais soluções para combater as disparidades de gênero são as políticas de incentivo para as mulheres, em especial os programas de contratação voltado às profissionais.
Renata Coutinho, Diretora de Previdência
Renata Coutinho sempre foi apaixonada por matemática, apesar de reconhecer que a disciplina ainda é vista como algo de “meninos”. Ignorando o estereótipo, ela foi em busca de uma graduação que contemplasse os números, e foi na ciência da computação que descobriu sua paixão por tecnologia e programação.
“A gente sabe que são poucas as mulheres que têm a oportunidade de conhecer e estar na área de tecnologia. Não são incentivadas, porque temos o estigma de que matemática é coisa de menino”, conta a profissional, que é Diretora de Previdência na Sinqia.
Assim que entrou no mercado de trabalho, Renata logo começou a se destacar. Aos 22 anos, enquanto ainda era trainee, ela teve a oportunidade de liderar uma equipe de 45 pessoas. “Essa oportunidade me deu uma boa bagagem de liderança”, conta a executiva.
Uma das características que lhe favoreceu, e que ela deixa como recomendação para outras mulheres, é a de dar sempre a sua opinião. “Eu sempre gostei de dar a minha opinião tecnicamente, sobre os melhores caminhos, e acho que isso me favoreceu”, completa.
Assim como Karine e Luciana, Renata também acredita que o melhor caminho para combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho é dar mais oportunidade para as mulheres. “Se não a gente nunca vai chegar lá. Para nós é sempre muito mais difícil, eu tenho que trabalhar 3 vezes mais para ter uma função de um homem”, afirma a executiva.
Renata finaliza dizendo que, na Sinqia, sempre foi bem recebida, e que sabe a importância de trazer cada vez mais mulheres ao seu time.