A desbancarização no Brasil pode ser um interessante desafio para bancos e fintechs em suas estratégias de expansão de mercado.
Mesmo com todos os recursos tecnológicos e facilidades disponíveis, uma significativa parcela da população lida com as finanças sem estabelecer vínculos sólidos com as instituições financeiras.
Na prática, há um considerável volume de movimentação financeira ocorrendo à margem do sistema bancário. Essa verdadeira economia paralela pode, num primeiro momento, ser vista como um limitador para as possibilidades de expansão de quem oferece produtos e serviços financeiros.
Outro entendimento possível é exatamente o oposto: alcançar o público desbancarizado pode ser uma excelente oportunidade para um banco ou uma fintech expandir seus negócios. É essa abordagem que queremos explorar aqui. Acompanhe.
A desbancarização no Brasil
Uma empresa, qualquer que seja o seu segmento de atuação, sempre encontrará pela frente um mercado formado por consumidores dos mais variados perfis.
Entre consumidores bancários, por exemplo, há desde aqueles que são ávidos por novas experiências até aqueles que só se sentem seguros e confortáveis lidando com as formas tradicionais de relacionamento.
Na realidade, o mercado consumidor em potencial é ainda maior, já que uma parcela significativa da população forma uma espécie de “anti-público”. São os desbancarizados, pessoas economicamente ativas, que por opção ou impossibilidade, conduzem sua vida financeira à margem do sistema bancário, não mantendo vínculos com nenhuma instituição.
Ainda assim, o número de desbancarizados no Brasil diminuiu em 73% nos últimos meses diante do digitalização financeira, que foi acelerado no país como reflexo direto das medidas de isolamento social para conter a pandemia da Covid-19, segundo estudo realizado pela Americas Market Intelligence em parceria com a Mastercard.
O perfil do desbancarizado
Um estudo do Banco Central indica que 96% das pessoas pesquisadas realizam transações em espécie, apesar de muitas também utilizarem outros meios. Ainda mais revelador é o fato de que 60% manifestam clara preferência por transações em dinheiro.
Já o Instituto Locomotiva estima que há no país cerca de 45 milhões de desbancarizados, que anualmente movimentam mais de 800 bilhões de reais. A cada três pessoas economicamente ativas, uma não tem ou não movimenta contas bancárias.
Um fator importante para a constituição desse cenário é, certamente, a atividade econômica informal, muito presente em todo o país e que alcança, principalmente, as classes sociais menos favorecidas.
Mas há também um novo público desbancarizado em formação, composto por pessoas que estão fugindo de determinados inconvenientes do sistema bancário tradicional, como tarifas, baixos rendimentos e burocracia, entre outros. Um olhar mais atento mostra que o perfil desse novo desbancarizado é o de uma pessoa na faixa etária dos 16 aos 34 anos de idade, que tem acesso à internet.
Um fenômeno internacional
A desbancarização não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Pelo contrário, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, ela ocorreu até antes. Segundo a consultoria britânica Oliver Wyman, entre os americanos investidores, 96% não escolhem os bancos para depositar suas economias. Na Inglaterra, o número de desbancarizados alcança os 90%.
A principal diferença desses países em relação ao Brasil está no fato de a desbancarização ter sido claramente uma opção do consumidor, que encontrou nas corretoras e fintechs uma solução mais adequada às suas necessidades e expectativas.
O desafio de alcançar o público desbancarizado
Em sua essência, a desbancarização no Brasil expressa dois fenômenos distintos: o do consumidor que é rejeitado pelo sistema bancário tradicional e o do consumidor que rejeita esse mesmo sistema.
O surgimento das fintechs é uma significativa resposta a essa questão, na medida em que traz soluções de baixo custo e sem burocracia para a realização das transações financeiras.
Mesmo os grandes bancos tradicionais estão apostando em estruturas digitais ágeis, simples e baratas, principalmente para fazer frente à inesperada concorrência das fintechs.
Porém, muitos bancos e fintechs parecem estar ainda focados na disputa pela atenção do público já bancarizado, quando poderiam também definir uma estratégia para a conquista do mercado de desbancarizados.
Uma importante iniciativa que tende a contribuir para atrair o público desbancarizado é a implementação do conceito de open banking, que vai justamente proporcionar mais autonomia ao consumidor em relação às instituições.
O mercado está cada dia mais competitivo e para alcançar públicos mais diversos e inexplorados é importante começar de dentro, automatizando processos para: executar atividades manuais eletronicamente, reduzir custos, melhorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência e a segurança dos processos.
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