Simplificar a gestão e a venda de crédito são algumas das novas regras para fintechs de crédito aprovadas pelo CMN
O Conselho Monetário Nacional aprovou recentemente novas regras para fintechs de crédito. As alterações regulatórias estão em vigor desde 1° de agosto de 2024 e envolvem principalmente as Sociedades de Crédito Direto (SCDs) e as Sociedades de Empréstimos entre Pessoas (SEPs).
O objetivo dessas novas diretrizes é dar maior protagonismo às fintechs de crédito, aprimorando esse modelo de negócio. Além disso, essas mudanças visam facilitar a captação de recursos, estimular a inovação e abrir novas oportunidades de negócio no setor.
Veja a seguir as principais alterações, os desafios e as oportunidades promovidas pelas novas regras para fintechs de crédito.
Mudanças para as SCDs
Com as novas diretrizes, as SCDs agora poderão emitir certificados de cédula de crédito bancário (CCCBs), lastreados em cédulas de crédito bancário. Essa mudança permitirá às fintechs agrupar múltiplas cédulas, simplificando a gestão e a venda de crédito.
Além disso, a emissão desses certificados também possibilitará às instituições do setor permanecer como custodiantes dos créditos, mantendo-os em seu portfólio. Isso não só ampliará a liquidez para as fintechs, como também permitirá uma melhor supervisão das operações, elevando a segurança e a transparência para investidores.
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Mudanças para as SEPs
Para as SEPs, as novas regras para fintechs de crédito flexibilizam as operações de financiamento de bens e serviços. Com as novas diretrizes aprovadas pelo CMN, as SEPs podem agora emprestar recursos diretamente a fornecedores de bens e serviços. Antes, essas empresas só podiam negociar recursos exclusivamente com o tomador final.
Essa mudança tem o potencial de reduzir custos e expandir as opções de negócio, beneficiando pequenas e médias empresas, que agora podem fornecer recursos a uma variedade maior de credores.
Inclusive, dados da Associação Brasileira de Crédito Digital sobre o segmento de fintechs de crédito apontam que, em 2023, o volume de crédito fornecido pelas fintechs aumentou 52%, atingindo 21,1 bilhões de reais. Além disso, um levantamento feito pelo Serasa Experian indica que as fintechs contam com grande potencial para ampliar sua oferta de crédito em até R$ 9 bilhões para clientes que integram sua base.
Desse modo, a ampliação da oferta de crédito promovida com a implementação das novas regras será, sem dúvida, um diferencial que impulsionará ainda mais esse mercado, favorecendo a economia nacional.
Desafios e oportunidades para o setor
As novas regras instituídas pela Resolução CMN 5.159/2024 estabeleceram um novo marco regulatório para as fintechs de crédito no Brasil. Essa mudança trouxe consigo algumas oportunidades e também desafios para o setor.
Com a implementação das novas regras para fintechs de crédito, esse mercado ganha mais dinamismo e liquidez. Afinal, as novas diretrizes proporcionam às empresas do setor mais ferramentas para ampliar suas operações e inovar.
Mas não é só isso. Ao flexibilizar as oportunidades de financiamento, o CMN e o Banco Central estimulam a concessão de crédito para além dos bancos. Isso significa não apenas acesso a novos produtos e serviços alinhados às necessidades dos consumidores, como também uma maior inclusão financeira.
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As novas regras para fintechs de crédito também ampliam a competitividade do mercado, proporcionando maior resiliência financeira e estabilidade ao setor. Em contrapartida, a adequação a essas diretrizes exigirá das fintechs uma atualização em seus processos internos.
Isso pode incluir investimento em inovações tecnológicas e em recursos humanos especializados para garantir mais segurança e transparência aos investidores.
Porém, mesmo com alguns desafios pelo caminho, as oportunidades geradas por um mercado mais regulado, seguro e inclusivo são promissoras. Desse modo, caberá às fintechs buscar soluções para adaptar suas operações e superar essas mudanças, a fim de evoluir e liderar o setor nos próximos anos.
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